Existe uma previsão, na verdade, uma vontade irresistível, de que o mercado de imóveis passe a ter crescimento em 2019. O ano de 2018 já acabou e só resta aguardar o que fará o novo presidente eleito.
Mas afora o otimismo, quais são as perspectivas de crescimento do mercado imobiliário no ano que vem? A resposta: boas. Mas com cautela.
Existem dois fatores que determinarão o comportamento do mercado: o econômico e o político. O aspecto econômico comporta previsão com base em dados concretos, que são os índices, taxas e resultados divulgados pelos institutos e órgãos especializados. A sua interpretação pode ser um tanto subjetiva, mas os dados analisados são razoavelmente precisos. Já as perspectivas políticas para o ano que vem são previsões absolutamente pessoais.
Com base nas informações econômicas disponíveis, o mercado imobiliário tende a mostrar crescimento. Os fatores que permitem esta perspectiva estão no cenário macroeconômico. A inflação está dentro da meta, ou seja, controlada. Assim, a taxa de juros está em patamares baixos para os critérios nacionais. A taxa de juros reflete diretamente na ativação do mercado imobiliário. Não apenas as taxas estão razoáveis, mas, ainda mais importante, é o fato de os bancos estarem disponibilizando recursos da ordem de R$ 100 bilhões, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança. Crédito barato e disponível é certamente um fator favorável ao crescimento do mercado.
O PIB nacional não terá uma evolução representativa, mas em vista da recessão dos últimos anos, os modestos 1,4% de crescimento, previstos para o ano de 2018, são um ponto de inflexão na direção da economia. Para 2019 se espera um crescimento de 2,7%. Pouco, insuficiente. Mas, ao menos, um índice positivo.
A taxa de emprego deve melhorar. O banco Itaú entende que a taxa de desemprego deve ficar em 12,4% até o final deste ano, Mas deverá cair para 12,1% em 2019.
Existem ainda muitos fatores que afetam o mercado de imóveis, como o estoque de unidades disponíveis pelas incorporadoras para serem comercializadas, que ainda é alto. As empresas mantêm baixos os preços de imóveis novos e prontos.
A grande questão é a política. Os bancos possuem capital necessário, embora existam muitas críticas a serem feitas aos juros praticados e critérios de concessão de crédito, que encarecem as operações e devem ser revistos.
A demanda por imóveis é enorme, de modo que se pode dizer que se não fosse pela restrição imposta pela incompetência e desonestidade do setor público, ou seja, da classe política, em todas as esferas, o Brasil seria uma das melhores nações do mundo.
O ano de 2019 está ai e temos que esperar que o novo governo tenha a lucidez, inteligência, a competência e o também o patriotismo para ativar toda a economia, em particular o mercado imobiliário. É mais fácil do que parece.
Bence Pál Deák é economista e advogado especializado no mercado imobiliário do Deák Advogados.
O artigo do Dr. Bence Pál Deák foi destaque no Jornal DCI.